Logística reversa de medicamentos: como funciona?
À medida que o consumo de medicamentos prescritos e não prescritos cresce em todo o mundo, um outro problema se apresenta: o do descarte inadequado de medicamentos.
Sem saber o que fazer com as sobras de remédios, dentro ou fora da validade, muitos consumidores acabam descartando esses materiais juntamente com o lixo orgânico, fazendo com que ele acabe em aterros sanitários e assim poluam o meio ambiente.
Outro perigo que se apresenta é a intoxicação acidental, seja quando esses medicamentos são despejados na rede de esgoto ou mesmo quando consumidos por pessoas desavisadas, em meio a restos de alimentos.
Por essa razão, é fundamental que as empresas do setor farmacêutico desenvolvam métodos eficazes de logística reversa de medicamentos, com o objetivo de garantir a correta destinação desses materiais e assim preservar a saúde e segurança de milhares de pessoas e animais em todo o mundo.
Se você também tem essa preocupação, continue a leitura. Vamos te mostrar como funciona a logística reversa de medicamentos e o que você precisa fazer para aprimorar seu sistema.
O que é logística reversa de medicamentos?
Logística reversa de medicamentos é o processo de movimentação de produtos farmacêuticos dos consumidores devolta às fábricas, com o objetivo de dar a correta destinação às sobras de produtos farmacêuticos.
Esse processo compreende a coleta de mercadorias na casa dos consumidores e em pontos estratégicos da cadeia de suprimentos, como farmácias, postos de saúde, hospitais e clínicas médicas, de modo a evitar que o excedente de medicamentos seja descartado de forma incorreta e cause impactos negativos à sociedade e ao meio ambiente.
Por que investir em logística reversa de medicamentos?
A gestão inadequada de resíduos medicamentosos pode levar à contaminação do solo e das águas, provocar intoxicações e envenenamentos, gerar dependência química e até mesmo levar pessoas e animais à óbito.
Além disso, conforme cresce o desperdício de medicamentos, aumentam os custos de produção e distribuição de produtos farmacêuticos. Nesse sentido, o acesso à saúde se torna cada dia mais caro e a sustentabilidade das empresas farmacêuticas se vê ameaçada.
Como você pode ver, são muitas as implicações de uma gestão inadequada dos excedentes de remédios no mercado, o que exige uma postura proativa dos fabricantes no sentido de desenvolver métodos ágeis, seguros e eficazes de logística reversa de medicamentos.
Ciente do problema, o governo brasileiro publicou o Decreto 10.388/2020, que institui o sistema de logística reversa de medicamentos de uso domiciliar.
Esse decreto define as normas a serem cumpridas no momento do descarte e correta destinação dos produtos farmacológicos de uso domiciliar, visando reduzir os impactos negativos citados anteriormente.
Portanto, ao investir em um sistema de logística reversa de medicamentos eficaz, você não só está cumprindo a lei, mas também contribuindo para um futuro mais sustentável para todos.
Na sequência, você confere um passo a passo de como implementar uma logística reversa de medicamentos. Seguimos?
Como implementar uma logística reversa de medicamentos
A logística reversa de medicamentos é o processo de reverter a sua cadeia de distribuição, de modo que os medicamentos que foram levados até o consumidor final retornem à sua base.
Neste sentido, é fundamental conhecer a fundo como se dá a sua logística de distribuição, identificando pontos estratégicos que podem se tornar parceiros no momento da coleta e destinação adequada dos excedentes farmacológicos.
De acordo com o Decreto 10.388/2020, as farmácias são a ponte entre consumidores e distribuidores farmacêuticos.
Assim, o consumidor que deseja descartar medicamentos em desuso não precisa sair de sua rotina ou chamar qualquer empresa especializada. Basta levar as sobras de remédios até a farmácia mais próxima de sua residência.
A drogaria se encarrega, então, de enviar os produtos farmacêuticos descartados para o distribuidor, que dará o destino final aos materiais de forma ambientalmente responsável.
Para que este processo funcione de forma eficaz, mais do que estabelecer pontos de coleta e firmar parcerias para que os medicamentos descartados cheguem aos pontos de tratamento e reciclagem, é fundamental ter sistemas de informação capazes de oferecer uma visão abrangente dessa movimentação de medicamentos.
O papel da tecnologia na logística reversa de medicamentos
A tecnologia vem se tornando uma grande aliada quando o assunto é otimizar cadeias de abastecimento. Então, por que não utilizá-la para aprimorar os processos de logística reversa de medicamentos?
Quando os medicamentos descartados chegam às farmácias, estes são inseridos em um sistema integrado com informações detalhadas sobre suas características. Deste modo, uma primeira triagem é realizada.
Na sequência, estes são devolvidos aos distribuidores e fabricantes, que farão uma segunda checagem, a fim de comprovar o volume efetivamente recebido.
Em uma terceira etapa, que é a de destinação correta, seja para aterros sanitários ou reciclagem, uma nova verificação é feita para comparar o input e o output da cadeia reversa.
Ao final, tem-se um circuito fechado de circulação de mercadorias farmacológicas, o que pode contribuir para um melhor entendimento de como os medicamentos são utilizados e descartados pela população em geral.
De posso destes dados, fabricantes e distribuidores podem otimizar sua fabricação e distribuição, de modo a reduzir o desperdício e assim obter melhor rentabilidade nos negócios.
Para concluir
Como você pôde ver, a logística reversa de medicamentos contribui para a melhoria dos seus processos, auxilia na redução de custos e no aumento da sua margem de lucro.
Mas, para que seja eficiente, ela depende do uso de tecnologias desenvolvidas especificamente para o setor farmacêutico. Além disso, requer um profundo conhecimento dos seus processos logísticos.
Então, se você quer garantir máxima eficiência na sua logística reversa de medicamentos, precisa primeiro ter uma logística farmacêutica organizada.